terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Uma das aventuras patagônicas da Verdinha 1977

 

Volta com alta quilometragem 

E meu recorde pessoal de quilômetros em um mesmo dia: 1500 Km

Texto e fotos Neno Brazil

Em 2006 estávamos quase completando a Volta Patagônica, (aqui) saindo do Chile pelo Paso Futaleufu em direção a Bariloche quando o Gama, meu parceiro nessa trip com a sua Toya 1987, disse que ao chegar em Bariloche ele queria ir direto pra casa...

Paso Futaleufu um lugar que eu ainda quero voltar.






Eu, que ainda tinha alguns dias de folga e queria ir novamente ao Chile na região de Pucón, Talvez subir o Villarica novamente (Aqui) , ou voltar ao Futaleufu, não concordei.
Pela primeira vez na viagem não chegamos a um acordo, eu queria elaborar mais um pouco a volta conhecendo umas partes da Argentina e/ou do Chile que eu não tinha passado ainda e a volta direta que o Gama queria fazer era praticamente a rota que eu fiz para ir e vir do Chile em 1992 na minha primeira viagem.

Mas o Gama insistiu, precisava voltar devido a um compromisso de trabalho, conheço meu amigo é um profissional exemplar e devia ser séria essa pauta, mas eu não tinha motivo para sair correndo de volta pra casa, conversamos durante o almoço em El Bolsón e definimos a situação: Eu tinha muito mais quilometragem de Argentina do que o Gama e ele estava apreensivo em cruzar o país sozinho, mas ele é acostumado a viagens longas dentro do Brasil. Falei a rota para Fray Bentos, que eu conhecia em parte de 1992 e também de 2005, e nós calculamos a distância, diesel, horas, e estimamos que ele chegaria em Floripa em três  dias.

Bariloche chegando do sul



Despedida em Bariloche

Fomos juntos ainda até Bariloche, onde nos despedimos, abri o mapa em cima do capô da Verdinha na entrada da cidade vindo do sur, tiramos as últimas dúvidas e dividi uns pesos que eu tinha a mais com ele para ele poder ir direto e não ter que parar ou entrar em cidades para câmbio etc..., logística e parceria da Volta Patagônica. Ele veio direto sem entrar em cidades, parando, comendo e dormindo nas Estaciones de Servicio YPF, praticamente  Jipe-Home, e chegou a tempo para o compromisso, fiquei sabendo dias depois.

Bariloche vista do outro lado do Lago Nahuel Uhapi

Mas me vi sozinho na Patagônia, acabava ali a viagem de “dos coches, dos personas”, que espantava tanto os argentinos nas fronteiras ou campings, tudo  tranquilo, mas de imediato eu tinha que mudar alguns hábitos adquiridos em mais de oito mil km até então. Um era a comunicação constante, o rádio ficou silencioso, o outro hábito era o combustível, sempre que o jipe do Gama, a Excalibur, chegava em meio tanque ele avisava pelo rádio e eu parava no próximo posto que aparecesse. No final a média era quase 10 Km por Litro.



Nos trechos anteriores no rípio, uma vez na Ruta 40-AR e outra na Carretera Austral-CH, tive um pneu furado e, não lembro o detalhe, mas nas duas vezes eu precisei usar o macaco do Gama junto do meu para poder efetuar a troca. Então, pensando em autonomia, saí por Bariloche para comprar um “Macaco” 5 ton , encontrei uma loja de ferramentas e fui ao balcão com meu Portunhol avançado 5 (aprendido em cinco viagens): Necessito de um “macaco”! O atendente espantado sorriu e deu de ombros, Quê? macaco!? Aí apelei para mímica, apontei para o Toyota, falei em “cambiar las gomas” que aprendi furando uns pneus alguns quilômetros antes rss..

E o cara deu um sorriso e exclamou : Ah!.. um Gato! Usted necessita de um Gato! Mais uma pro meu dicionário de viagem, aquela ferramenta que levanta os carros para trocar pneus na Argentina chama-se: Gato! Então comprei o tal macaco por “Gato”, só que 3 Ton, e fui relaxar em Bariloche, primeiro achar um hotel pra tirar a poeira da Patagonia, depois ir num Pub Irlandês tomar uma Guinnes.

 

Suite Designs Hotel em 2005
Mudança de planos

Quando eu estava na frente do Suite Designs Hotel  pensando em me hospedar ali, onde eu havia ficado com a Chi no ano anterior e gostei do Hotel, o telefone tocou para minha surpresa, a telefonia patagônica era precária naquela época. Era meu sobrinho Antônio, achei que era trabalho, disse brincando que ainda estava de férias em Bariloche e ele enrolou , eu perguntei o que era, ele disse: O vô está no SOS Cardio!

Depois de uma boa conversa sobre a gravidade da situação cardíaca de meu pai que estava então com 86 anos, resolvi me hospedar ali mesmo para poupar tempo, desestressar do rípio e da poeira patagônica e sair no outro dia de manhã cedinho para voltar direto também, agora pelo asfalto, devia ter ido com o Gama? Fiquei pensando.

Placa com dinosauro atração de Neuquén

Eu estava sem o carregador do celular, era um modelinho flip que durava bastante a bateria, mas desde o Chile perdi de vista o carregador provavelmente deixado pendurado numa tomada antes do Futaleufu, agora só ligava o aparelho nas cidades para ver se tinha rede. No dia seguinte comecei minha corrida para chegar na Ilha, primeiro trecho Bariloche, Neuquén, até parar pra dormir em Villa Regina 527 KM foi o que deu pra fazer. Em Villa Regina tentei contato via celular e nada, e a bateria nos últimos risquinhos...

Pra esquecer um pouco fui dar uma volta no longo fim de tarde local, era uma cidade bem pequena, típica dos pampas e estepe argentinas, mas na beira da estrada um grande posto de combustíveis era a parada de diversos caminhões, acabei tomando um chimarrão com um caminhoneiro de Concórdia SC, meu estado, na conversa falei que estava indo pra Buenos Aires querendo chegar na Ilha logo que possível. Eu pensava em ir por Baia Blanca a 444 km e depois mais 636 km até Buenos Aires estava decidindo onde parar para chegar cedo na Capital para tentar pegar um Buquebus.



Mas entre um chimarrão e outro o caminhoneiro de Concórdia, desculpe mas esqueci o nome, me deu uma dica preciosa, fiquei grato pois me economizou um dia ou  uns 400 Km, ele disse: a uns 50km daqui, vais ver uma estrada a tua mão direita, é um trevo feio e a estrada é pior ainda, mas dá pra trafegar, eu mesmo puxo maçãs aqui de Neuquén faz uns 15 anos e passo sempre por ali, chega em Buenos Aires, ou no caminho para Fray Bentos UR, bem mais rápido. Hoje, olhei no Google, a estrada está um tapete, mas naquela época, 2006, estava bem ruinzinha, se ele não tivesse me dito para entrar ali eu nunca entraria, ainda bem que fui cedinho e o pior trecho pequei todo pela manhã, Toquei direto.


A linha vermelha é a volta desde Bariloche até em casa, 15mil km, a linha tracejada foi o trecho economizado.


Villa Regina Buenos Aires 978Km

Segui pela precária Ruta 232, passei por Gobernador Duval, onde cruzei o Rio Colorado e subi até a estrada virar Ruta 152, um pouco melhor o piso conforme havia dito o parceiro de estrada, o caminhoneiro. Passei uns quilômetros de General Acha, como não achei nada, então peguei o rumo norte na Ruta 35 para Santa Rosa onde tentei comer um sanduiche sem carne... Não havia.. rss  Até Santa Rosa já tinha rodado 398 Km e queria chegar em Buenos Aires e completar 978Km pois já estava sem celular desde um pouco depois de Villa Regina.

Mário cuidando da Toya em 2005

Resolvi tocar, mas tinha um problema nessa toada eu iria chegar em Buenos Aires a noite e eu estava com um dos Faróis Cilibim (Selead Beam) queimado, o Mário mecânico em Esquel disse que eu só encontraria fárois deste tipo em Buenos Aires, então como entrar na cidade sem correr o risco de ser parado pela simpática Policia Caminera Argentina? Um pouco depois da cidadezinha de Azul parei ao lado da estrada num gramado e retirei os dois faróis de milha que eu havia colocado em cima, na frente do bagageiro da Toya, eles estavam estrategicamente desligados o fio enrolado para dentro da cabine caso a polícia chiasse eu diria: são só para ligar nos desertos patagônicos.
A Verdinha na volta com os farois de milha na grade.

Fixei os faróis de milha na grade abaixo dos faróis originais e puxei o fio, que alcançou a grade por milímetros, liguei os faróis auxiliares e já podia entrar na capital federal argentina. Entrei em Buenos Aires tarde para os meus padrões, devia ser umas 9:30h e confundido pela noite na autopista peguei uma saída muito antes do centro onde eu já me localizava bem.

Rodei pelos bairros, meu GPS Garmim na época era muito limitado, mas dava a direção do centro, eu acreditava.. Rodei até que numa sinaleira pedi informação para o carro do lado, donde está el obelisco de la Plaza de Maio? ele tentou me explicar pela janela, mas o sinal abriu  ele fez um sinal: siga-me. Fui meio incrédulo com a hospitalidade portenha, mas chegamos a uma Rua e ele estacionou e veio falar comigo, perguntou de onde eu era,etc.., resumi minha viagem desde Villa Regina ele se espantou e me apontou o obelisco, Gracias hermano já devia ser umas 10:30h.

O bom e velho Café Tortonni

Estacionei em frente ao hotel de sempre o Hispano Hotel, na Avenida de Mayo, ainda na recepção logo depois de me registrar pedi um telefone para ligar para o Brasil, Liguei pra minha irmã Valéria, naquele tempo a gente sabia de cabeça os números de muitas pessoas queridas, ela me tranquilizou e disse que o pai já estava em casa com ela, medicado e aparentemente bem disposto. Foi um alívio, estacionei a Toya na garagem em frente, depois tomei um banhão e desci, pois ao lado do Hotel fica o histórico Café Tortonni, arquitetura igual desde 1858, e onde eu já sabia o que pedir: Tostados de queso com pan negro y um delicioso chopp escuro, clássico como a Toyota, tomei dois e dormi como un angel...

1500 Km direto até a Ilha de Santa Catarina

Colônia del Sacramento

Na manhã seguinte começou a novela para atravessar o Rio da Prata era fim de semana e não havia muitos barcos com vagas para o Jipe e somente para Colônia por causa da altura do carro. Tive que ir só no outro dia , Domingo, a noite, cheguei em Colônia del Sacramento  no Uruguai, mas  tão tarde que preferi dormir num hotel e pedir que me acordassem as 6:30h com café na mesa e conta fechada porque eu queria sair as sete da manhã de segunda feira, mañana temprano me voy..

Acordei agora com contato telefônico, comprei um carregador em Buenos Aires,e com o recado do pai: Vem devagar!..  Atravessei o Uruguai dessa vez direto e quase sem fotos, a viagem foi boa estrada liberada e eu ligado no carro que respondia muito bem, só parava pra abastecer de combustível, um lanche um café e on the road again

Forte de Santa Tereza no Uruguay - foto 2008



Achei que dormiria em Porto alegre como sempre no Restaurante do Manolo, mas cheguei na ponte sobre o Guaíba as 20:00h e pensei: Preciso chegar, estou a um mês e pouco fora de casa e a minha cama está só a 6 horas de viagem, tomei a decisão de prosseguir, afinal a viagem tinha sido ótima até aquela hora a Toya vinha perfeita só pedia diesel e rodava maravilhosamente, até chegar em Osório RS onde ameaçou chuva o que podia mudar o astral da estrada. E choveu pacas nesse último trecho, a Toyota veio empurrando alguns motoristas com "excesso de cautela" nos desvios bem sinalizados da duplicação da BR 101.

A Toyota veio bem, mas eu com a duplicação da BR 101 com chuva até Palhoça, já perto de casa só venci com muito café e uns Red Bull pelo caminho. Só sei que no total esse último trecho desde Colônia del Sacramento foi de 1500 Km até a minha casa no Cacupé Ilha de Santa Catarina, cheguei na ponte buzinando a 1:30h passadas. No outro dia as 7:30h já estava tomando café com o pai e trocando umas ideias sobre a viagem.

Ponto alto da Volta Patagônica em 2006 - USHUAIA
aqui



domingo, 2 de janeiro de 2022

( Não Vendi quando precisava e graças à Deus não vou vender mais!! 2023) Resolução de Ano Novo : Minha Verdinha 1977... está a venda!!

 

Interior do Uruguai 2005 indo para a travessia do Rio da Prata, averdinha recém reformada,novinha.








R$ 55.000,00 (não baixo) carro para quem sempre sonhou em “preparar” uma Toyota para viajar longas distâncias, o pacote de atributos mecânicos desse carro já foi testado até na Carretera Austral, Chile e na Ruta 40, Argentina.

Carretera Austral Chilena em 2006 na Volta Patagônica de 15 mil km.









(Para que entende de Toyota, por favor não vou aceitar propostas nem trocas, não insista somente R$ 55.000,00 a vista, não vamos perder tempo um do outro.)

A aparência do carro quando eu comprei 2003.

Jipe curto 1977 (carro de aparência quase original, mas construído para viagens longas 5 marchas)

Sou 4 ° dono (nunca fez trilha - carro foi de um padre e dois fotógrafos antes de mim, só trabalho leve e viagens – USHUAIA 2 vezes, uma comigo)

O motor OM 314 - 1977 já foi feito em 2004 (dura mais 20 anos no mínimo, bem tratado muito mais)

A reforma do carro 2003 - 04


Bomba injetora original BOSCH revisada recentemente, nunca deu problema.

A lata foi feita em 2002-2003, na época o carro foi desmontado e montado com parafusos de aço inox ficou lindo  (hoje já mostra as partes onde não capricharam, afinal vivo numa ilha)

4 bancos de marea (o do motorista precisa reparos) Os cintos são de Marea também.

Volante original forrado de couro.

Fundo do caixote forrado de manta asfáltica

Proteção de estribo Beppo - estribos de alumínio feito de chapa de piso de ônibus

Suporte de estepe e galão (com galão) apoiado no chassis.

Pneus do estepe 0km, os quatros rodando meia-vida.

5 Aros Mangells 16”, Vidros laterais e traseiro com película verde claro (2005).

Antillanca, 360º na cratera do Vulcão - Chile 2005 recem reformado.



Outras Melhorias mecânicas:

Foto ilustrativa da caixa
Caixa de câmbio 5 marchas, tração, cardãns e eixos da Toyota Pickup ano 2000 (adaptação muito bem feita em 2004-5, testada em mais de 20 mil km de estradas patagônicas sem problemas )

Disco e plateau moderno 2000  Capa-seca e caixilho da Toyota original 1994 (para 5 marchas)

Turbo com escape totalmente dimensionado feito em 2005 – fez 10 km/L na Patagônia.

Coletor original Toyota para receber o Turbo.

Radiador novo trocado em 2019 - Sempre completado com agua mineral.

Tanque de combustível plástico da Metalugica CLA com bocal de alumínio de 80 litros instalado desde 2007 no local do estepe original em baixo do assoalho traseiro (com chapa protetora de aço).

Estrutura em baixo do assoalho do carona para uma bateria extra de caminhão (se for usar) hoje está com uma bateria só, mas de partida rápida na caixa original em baixo do banco do motorista.

Piso e alavancas originais do modelo 5 marchas

Freio de mão original  acionado no cardãn traseiro instalado (precisa lonas novas e regulagem - ou substituir o sistema de lonas por um de freio a disco no cardã mais atual)

Freio a disco na dianteira e tambor na traseira

Freios são hidráulicos. mas acionados a AR (buzina de caminhão a AR e pistola de AR na cabine)

Reservatório de AR de 7 libras para o freio embaixo do assoalho (o sistema funciona sem falhas desde 2005, mas hoje precisa manutenção par viajar).

Duas cuícas de caminhão para o acionamentos dos freios, uma para cada eixo.

Eixos flutuantes de pick-up  no diferencial traseiro (não cai a roda nem se quebrar)

Lago General Carrera visto da Carretera Austra - Chile 2006



Esse carro foi construído por mim, de uma Toyota Bandeirante 1977 jipe curto com teto de aço cuja lataria original foi toda desmontada e feita, remontada com parafusos de aço e borrachas novas em 2003-04, depois fiz forração bege, 4 bancos de Marea forrados de courino marrom.


Ficou linda pintada de Verde primavera e tetos máscara dos faróis de Branco Kilimanjaro, cores originais da linha Toyota. 

Mas era uma mecânica original de 1977, muito boa , firme, nunca foi um carro de trabalhos pesados: foi da paróquia de Blumenau, de um fotógrafo que foi até USHUAIA, outro fotógrafo que só andava aqui na Ilha ou estradas da serra catarinense até eu comprar.

Saindo pra viajar recém-reformada em 2005.

Eu queria ir até USHUAIA com ela, mas já tinha atravessado a Argentina com outra 1977 em 1992 e a experiência  me dizia que umas melhorias mecânicas como instalar um  Turbo e trocar o câmbio de 4 para 5 marchas cairia bem, fui atrás disso então em desmanches e ferro-velhos.

Acho que dei sorte pois encontrei a Caixa 5 marchas com os cardãns e eixos modernos de uma Pick-up Toyota Bandeirante 2000, no pacote ainda vieram freios a disco nas rodas dianteiras e ponta-de-eixo flutuante para modernizar a verdinha.

Tudo feito bem planejado com muito cuidado e paquímetro (post aqui), mas para resumir fui duas vezes a Patagônia após a adaptação, uma delas até USHUAIA com 20 mil km  aproximadamente nas duas viagens. Só tive problemas normais nessas aventuras: pneus furados e alguns parafusos caindo (Toyota + estrada de chão), no mais só colocar diesel e trocar óleo na quilometragem adequada. Uma Toya 1977 corpinho 2000...

Volta Patagônica 2006, Glaciar Perito Moreno.


Ficou bem mais confortável e segura de dirigir longas distâncias porque também foi colocado uma Turbina original Toyota com o escapamento todo novo dimensionado para o volume do Turbo que junto com o sistema 5 marchas novo fez o carro andar bem mais. Para parar a Toyota agora, bem mais rápida, foi instalado um sistema de freios a AR de caminhão com duas cuícas novas, uma para cada eixo, que respondem bem rápido e sem nenhum esforço do motorista beliscou o freio parou. Também para melhorar a rodagem troquei os aros originais por aros Mangells levemente mais largos do que o original.         


Não viajo com este carro desde 2007 quando fui só até o Uruguai, neste tempo ele praticamente só rodou na Ilha de Santa Catarina e arredores e mesmo assim muito pouco, tive outros carros. Mas a Ilha cobrou seu preço da lataria do meu jipe amado, e no momento a fase não é boa para eu recupera-lo e deixa-lo bonito de novo. A mecânica, só pede a devida manutenção, troca de fluídos, filtros, regulagens e troca de pastilhas e lonas de freio que confesso não tenho sido bem sucedido nisso. Mas se for feito essa manutenção ela vai assim mesmo até USHUAIA sem problemas.

Este vídeo foi feito semana passada e mostra ela rodando na SC 401 em velocidade


Fotos atuais 2/01/2022





Então estou procurando um novo dono para a verdinha (que hoje esta um pouco RatRod), se você leu até aqui é porque gosta do assunto e sabe do que estou falando, peço R$ 55.00,00 por um carro que se estivesse com a lata feita e manutenção em dia estaria valendo perto de cem mil. Então não aceito trocas ou propostas, somente R$ 55 mil a vista que me fazem assinar o recibo do documento dessa jóia (hoje sem polimento).

Há!..  e paga apenas 130 reais por ano de documento para rodar, ser antigo tem suas vantagens....

Se você quer a verdinha e tem R$ 55.000,00 me ligue

(48) 999609585 ou acesse por email nenobrazil@gmail.com 

insisto: SEM trocas e SEM propostas, apenas o valor pedido, grato. 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

AS TOYAS DA MINHA VIDA

 

Cromo da primeira viagem: Caracoles 2200msnm.


Em 1991, consegui realizar meu sonho, troquei minha Caravan 1980 por uma Toyota Bandeirante longa 1977 em Curitiba. Desde meus 14, 15 anos que eu queria esse carro, mas aos quase 30 anos, nunca tinha dirigido uma, descer a serra de volta pra Floripa foi a primeira aventura. Na época não entendia tanto de mecânica sei que era 4 marchas, mas não recordo perfeitamente qual era a caixa daquela Bandeirante, porque dirigi uma pick-up 1978  ”caixa-seca” na BR 282 descendo a serra recentemente e achei mais difícil. Aquela 1977 que trouxe de Curitiba era mais soltinha, mas também não passava de noventa se não tivesse um vento a favor...


Ruta 8 indo para Mendoza em 1992.

Botei ela a prova realizando outro sonho: cruzar a Argentina até o Chile em1992 cruzando a Cordilheira dos Andes na altura do Aconcágua e chegar ao Pacífico, atravessei os pampas pensando em um dia ter uma Toyota 5 marchas, pois naquelas retas imensas a caixa original da Toyota 1977 é muito limitada.

Muitas estradas depois  acabei me desfazendo da Toyota longa 1977 por causas alheias ao meu amor por este projeto e carro. Vida mudou, me mudei para o Cacupé, acabei tendo outra Caravan agora 1988, bonitona, lanternas novas, aros de Ômega com pneus novos e em 2003 fui passear na Lagoa da Conceição com a namorada e lá havia uma Toyota Verde-folha no posto de gasolina na entrada do bairro, fiz o balão e fui conferir. Falei com o frentista que me informou que era do dono do posto e estava vendendo, ofereci a Caravan e acabou dando negócio: troquei outra Caravan por uma Toyota bandeirante, essa agora curtinha, mas para minha surpresa também 1977.

Primeira banda com a verdinha.

Essa Toya desmontei inteira, reconstruí e pintei de Verde Primavera original da Toyota com o teto e a máscara dos faróis Branco Kilimanjaro também original da Toyota. Mas com a intenção de voltar a Argentina, desta vez para o sul, se possível até Ushuaia, investi também na mecânica no intuito de viajar melhor, e tirar maior proveito do Motor Mercedes original da Bandeirante.

Mas dá medo até montar de novo.
Resumindo além de restaurara a carroceria consegui de uma pick-up 2000 batida a caixa de 5 marchas e todo o conjunto de eixos e cardãs da mesma caixa, comprei e comecei minha pós-graduação em Toyotas bandeirantes na base do paquímetro. A caixa original da Toyota 1977 é metade do tamanho da caixa de 5 marchas da moderna. A caixa original fica praticamente “pendurada” no Bloca do motorzão MB314 e a moderna tem um suporte em baixo em uma travessa no chassi.


Compare as caixas...


A adaptação se resume em: retirar os suportes posteriores do motor Mercedes, trocar a capa-seca original/4marchas por uma 1994 (ano que saiu a Toyota 5 marchas), fazer uma travessa reforçada no chassi para apoiar o suporte da caixa original 2000, além disso foi encurtado o cardã traseiro porque era de uma pick-up e o entre eixo do jipe-curto é bem menor. Troquei jumelos, buchas de nylon e molas também nessa reforma

Para as duas viagens que fiz até a Patagônia em 2005 e 2006 ainda coloquei um Turbo original Toyota e dimensionei um novo sistema de escape 2’1/2  para auxiliar o motor, agora com 5 marchas, e como ela agora andava bem mais do que os 90 Km da caixa original, coloquei uns aros Mangells 16” com uns Pneus mais larguinhos do que os originais e um sistema de freios de caminhão a ar com duas cuícas, uma para cada eixo porque assim a Toyota freia mesmo! (para isso comprei um kit do quinto cilindro e tive que tirar o virabrequim para furar no torno)

Em Antillanca Chile em 2005.


Essa modernização foi completa porque no “pacote” dos eixos vieram freio a disco nas rodas dianteiras e ponta-de-eixo flutuante do modelo Pick-up 2000 , completando as melhorias mecânicas, além disso o  interior foi forrado, e onde substitui os bancos Procar que vieram no jipe por 4 bancos de Fiat Marea, ficou muito mais confortável para viagens longas. (em 2006 dormia no carro, que é forrado com manta asfáltica no assoalho)

A chegada em USHUAIA em fevereiro de 2006, 6 graus negativos...

O melhor de tudo foi que pus a prova o sistema mecânico que adaptei viajando, da segunda vez, 15 mil km de patagônia e tive apenas pneus furados e alguns parafusos frouxos ou que caíram na viagem, vivendo e aprendendo. Dirigi por lá em estradas de asfalto excelente ou concreto, mas também por muito rípio (pedras) durante pouco mais de um mês e o carro foi muito bem em todas as estradas.

2005 cruzando o Uruguai rumo sul: Nosso Norte é o Sul!..

Esse tá preparado para viajar.


segunda-feira, 1 de julho de 2019

2.000 km Bate e Volta em Minas Gerais sô!

Fiz as filmagens e fotos desta postagem de Minas Gerais, mas algumas das fotos são do Renato Gama ou do Junior Saraiva.



Depois da Viagem de 13.400 km de Suzuki intruder 125cc feita agora em 2019 pelo nosso amigo Junior Saraiva nos reunimos eu, o Gama, o Junior e o Lucas na minha casa no Cacupé para apreciarmos juntos no mapa já bastante riscado da ACA (Automóvil Club Argentino) os relatos de mais um marinheiro de primeira viagem.

Eu e o Renato Gama fizemos em 2006 a volta patagônica onde rodamos 15,500 km em torno da região, temos outras viagens longas estilo outlander no currículo cada um. Mas o Junior Saraiva nunca tinha saído do país rodando nem de Jipe nem de moto, nem em grupo nem sozinho. Foi corajoso e se jogou pela BR 101 e depois por la Ruta 3 abajo até Ushuaia a cidade mais austral do mundo. (aqui)

Depois de ouvirmos os relatos do Junior sobre as lonjuras patagônicas e constatarmos nossa empatia por termos tido as mesmas impressões da região austral, da Ruta 3 e a famosa Ruta 40. Falando de trechos longos e do comportamento da moto e das Toyas acabou surgindo a ideia de irmos com a Toyota Bandeirante do Junior – a Bruta- salvar a – Excalibur – Band do Renato Gama.



O Renato está acabando uma grande reforma geral da Excalibur que ficou zerinho na nova versão híbrida metade fibra metade lata ainda. Só que a reforma foi feita em Machado, MG. Cidade do sul de Minas a 1000 km da Ilha de Santa Catarina onde moramos. Ele viaja para a região para estudos faz muitos anos e percebeu que onde se planta café existem muitas Toyotas Bandeirante, principalmente pick-ups usadas no campo e na colheita do café.

A capacidade de trabalho e robustez das velhas Toyotas ainda não foi suplantada pelos novos veículos lançados depois. Como existe demanda as oficinas de lá se acostumaram a trabalhar com esses carros.
Nessas viagens a Machado o Gama conheceu o Italiano, um mecânico com uma oficina especializada na linha bandeirante e o seu filho que toca uma loja de peças Toyota em cima dessa oficina em Minas Gerais. Daí saiu uma grande amizade e vários serviços feitos na Excalibur até que ele resolveu reformar definitivamente o carro chegando a trocar o principal, o caixote do chão do jipe inteiro.

A viagem

Tudo combinado saímos da Ilha de Santa Catarina no dia 03 de Junho de 2019 as 19:30 para cumprir 1000 km com o Renato Gama, que já fez uma centena de vezes esse trecho, como “GPS humano” rss  O Junior pilotando e colocando um som atrás do outro até que percebeu e ficou só no roquenroll: Beatles, engenheiros, Titãs, depois escolhi um Alceu, ele colocou Almir Sater e fomos indo.

 


Viagem longa noturna, a ideia era cada um dirigir um trecho pra ficar mais leve, mas o Junior sentou na boleia da Bruta e foi tocando.
Eu tinha muito medo de pegarmos nevoeiro na subida de Curitiba e no Vale do Ribeira, uma vez indo pra Sampa de Besta peguei um que não se via nada, mas foi tranquilo, noite limpa, movimento normal de carros e poucos caminhões e a gente conversando sobre as marchas, o turbo, intercooler essas coisas que só toyoteiro conversa.



A Bruta é uma 1985 quatro marchas, turbinada muito bem conservada pelo Junior. Ela perdia o embalo devido ao cambio de 4 marchas e quando reduz pra terceira numa serra é uma diferença muito grande de marcha e vai muito lenta. Discutíamos as marchas a cada curva, mas tudo com muita brincadeira e pegação de pé. Eu achei, mesmo sem ter dirigido no final, que com 4 marchas por ser turbinada a Bruta ia render mais nas subidas, lá em minas avaliamos os gastos e a Bruta fez quase 10km/litro o que é muito bom para viagens longas. O ritmo era ditado pelo GPS humano 80km/h, radar 60km/h, 40 km/H, rss.

Lá eu vi também que o escapamento dela ainda é muito fino para a turbina, talvez o original, o que pode estrangular um pouco o desempenho em subida. Na Verdinha eu refiz dimensionado para o fluxo do turbo e ficou muito bom, apesar da minha caixa ser de 5, logo percebi a diferença na troca do escape.



A rota que o Gama faz pra ir até o sul de Minas é muito interessante corta caminho no contra-fluxo do movimento do Rush devido ao horário. Fomos em direção a Sampa, pegamos o Rodoanel e saímos do Rodoanel em Mairiporã, continuamos por bairros de cidades da grande São Paulo até achar a Fernão Dias e seguir pra Machado. Já próximo a cidade e por dentro de Minas ele pegou uns trevos por ali, mas confesso que não gravei estava de carona numa posição insólita para quem pilota Toyotas há 30 anos na boléia em trechos longos, dificilmente ando sentado no banco de trás numa Toyota hehe.



Mas o Saraiva não quis entregar a boléia da Bruta pra ninguém, ciumento!!.. o Gama perguntava de meia em meia hora: Tudo bem aí Tio!? E ele: Tudo!! E as vezes, geralmente junto das paradas para abastecer ou quando necessário: Um cafezinho!! Foi assim por 1000 km 18 horas da Ilha até Machado, MG. Acho que depois de conversarmos tanto sobre o quanto cada um de nós já tinha dirigido nas viagens patagônicas, 1100, 1200, 1500km no mesmo dia o Junior se empolgou em bater o seu primeiro recorde com a Bruta. E bateu 1000km! Mas pra quem fez o que ele fez recentemente de Suzuki 125cc, nem precisava...


A Cidade

        

A 1000 quilômetros de distância da nossa ilha, Machado MG, tem 50 mil habitantes, mas nem parece é uma cidade rural, a 845 msnm está a praça principal onde paradoxalmente não encontrei uma igreja antiga como é comum em MG. Mas encontramos muitas Toyotinhas pick ups pra lá e pra cá, uns fuscas também e até Rural e F75.

Wikipédia: " Há várias versões sobre o nome "Machado", a mais conhecida relata a história de um lenhador, que trabalhava ao lado de um rio e derrubou seu machado nele. A partir daí o rio ficou conhecido como Rio Machado, que logo depois deu nome a cidade. Outra versão diz que a primeira família, de sobrenome Machado, fundou um pequeno vilarejo naquela região".
A cidade já se chamou Santo Antônio do Machado, mas acabou ficando com o nome do rio batizado pelos Machado, antigos proprietários da sesmaria onde fica hoje a cidade.

Almoçamos na chegada da cidade que é rodeada de cafezais ao lado da estrada, café pra todo lado, mas paradoxalmente não encontrei e tomei um bom café expresso no primeiro dia lá.

A Oficina



Chegamos na Oficina, plaquinha de acrílico da Toyota serviços, pátio cimentado e todos os carros Toyota, quer dizer havia uma F75 da Ford linda, estavam acabando de pintar os detalhes em verde do exército (era azul), mas não vi a Excalibur... Conhecemos logo o Baiano, funcionário padrão, o Emerson, dono da loja de peças Toyota no segundo piso  e o Italiano como é conhecido o dono da oficina.

O Emerson na lida com um Teto de Pickup
O Italiano, 61 anos, mecânico de Toyotas a vida toda, e como bom mineiro gosta de conversar. Juntou os Toyoteiros da ilha com os mecânicos de Toyota mineiros e a conversa foi boa só parou quando o “Tio” Gama disse: Vocês vieram aqui para trabalhar ou pra jogar conversa fora?  rss...  Depois dos risos começou o planejamento.

Começaram a ver alguns probleminhas na Bruta enquanto o italiano foi buscar a Excalibur num outro local. Durante a viagem da vinda o Gama percebeu uma vibração e viemos conversando o que seria, caixa, diferencial, cardã? O Gama apostava que era o cardã que estava frouxo e batata! Foi só o Baiano apertar as cruzetas da Bruta e o cardã voltou girando em silêncio.
De repente, nós ali na frente da oficina, chega a Excalibur trazida pelo Italiano, linda com seu novo tom de azul e montadinha, inteirinha.

Achei que ela estaria mais inacabada para levarmos ela rebocando, assim como estava vendo parecia pronta pra descer para a Ilha. Mas não, o Gama teria que refazer toda a elétrica aqui na ilha com planejamento de especialista dimensionando até os fios e nova caixa de fusíveis acessível, coisa de quem já viajou muito e sabe do que precisa na hora h.

A Gincana



A Excalibur conta com um acessório que é o famoso cambão triangular para ser rebocada sozinha. (já vi muitos carros sendo puxados assim) Aliás na Volta Patagônica em 2006 as duas toyas estavam com ferragens de espera no para-choque para poderem trocar o cambão e rebocar uma a outra se fosse necessário naquelas lonjuras, o que graça a deus não foi.



Passamos o primeiro dia montando um gancho (bola) de reboque na Bruta para poder rebocar a outra, enquanto isso o Gama arrumava as sinaleiras traseiras da Excalibur para funcionarem sincronizadas com as da Bruta que a rebocaria de volta. Como eu estava só ajudando fui procurar e achei um hotel razoável e barato para literalmente nos "apagarmos" nessa noite. Depois de passar 18 horas rodando e sem dormir passarmos o dia todo entre tornos soldas e operações mecânicas. Comemos uma pizza ao lado do hotel e cama, as 5 da manhã uns mineiros pararam para conversar bem embaixo do hotel, acordei as 5!  Mas satisfeito com as viaturas prontas, hoje seria só terminar a elétrica das sinaleiras traseiras da Excalibur testar e engata-las para ir embora, pensei.

Amanhecer na praça de Machado vista do Colinas Hotel.
Depois do bom café da manhã no hotel, inclusive o próprio café, hehe, voltamos para a oficina que estava abrindo as 7:30, uma boa conversa com o Baiano e já começamos a operação. Começaram a chegar o Italiano, o Emerson e quando eu vi já haviam umas três ou quatro pick-ups Toyota dentro ou na frente da oficina e cada um fazia uma coisa ou atendia um freguês. O Junior e o Gama cada um cuidando da sua aí fiz esse filminho perguntando para cada um quantas horas seria a volta pra casa com as duas Toyas?


Só que não! Quando tudo ficou pronto e finalmente começamos a engatar as duas Toyas percebemos que alguma coisa não estava funcionando. No primeiro momento engatamos e tal, testamos as sinaleiras no rabicho do reboque, tudo ok. Aí o Gama saiu e foi comprar uma corrente para passar nos dois carros através do cambão triangular para dar mais segurança e legalidade ao reboque.



Então o Italiano pediu que movêssemos as toyas para tirar da frente do portão da oficina mais para o lado. Foi aí que nós percebemos que as rodas da Excalibur se recusavam a seguir a Bruta, as rodas iam virando e forçando para o lado que ela quisesse. O Baiano falou “era essa a minha dúvida, como isso ia funcionar?” Mandamos o Junior parar e percebemos que o esforço havia entortado o gancho que fizemos no dia anterior.


Balde de água fria! Quando o Gama voltou com a corrente encontrou a galera olhando para o cambão especulando.  Que foi Tio?! Gama, o cambão não está funcionando! Que!?  Hehehe Tás de sacanagem comigo! Não, pode perguntar pro Italiano!... De tanta brincadeira na viagem o Gama custou a acreditar, e eu também, se não tivesse visto a Excalibur parecer um boi brabo não querendo obedecer ao laço e depois o suporte da bola entortando.

Procurei na internet e achei vários vídeos desse mesmo cambão funcionando. A conversa rolava, mas ninguém entendia o que estava acontecendo. Uma verdadeira conferência entre mecânicos e toyoteiros se seguiu especulamos sobre a instalação, sobre a bola ter envergado, etc... será que são os pneus mais largos? Tai uma pergunta que ficou para mim. Acredito que os pneus lagos da Excalibur faziam muito arrasto e superava a força do cambão. Bueno, a verdade é que acabou a confiança na nossa aventura do reboque. (Mais tarde em conversas posteriores com outros mecânicos e toyoteiros aprendemos que o segredo é oi Caster do diferencial dianteiro - Caster é o nome que se dá ao ângulo formado  entre o pino mestre da roda do veículo em relação ao plano vertical, ajudando na estabilidade do mesmo. )



Começou uma nova gincana: fazer uma elétrica básica na Toya do Gama hoje e voltaríamos em comboio amanhã, mais um dia em Machado. Decidido isso o Gama foi com o Italiano em busca de uma elétrica, e eu e o Junior fomos em busca de um café expresso. O café virou uma epopeia, depois de ir numa padaria perto do mercado público e ouvir: Tá frio, mas posso colocar no micro-ondas! Não!! Grato... Caminhamos de volta até a praça onde fica o hotel e no único Shopping da cidade, uma galeria que no segundo andar tem um restaurante onde existe uma maquininha daquelas que torra o grão diretamente num expresso saboroso. Estava tão precisando de um expresso que nem perguntei ao cara do restaurante de onde eram os grãos, mas deviam ser da área foi um bom café.


Ainda teve o radiador da Bruta que resolveu estourar, ainda bem que foi em Machado e não na estrada ou com a Excalibur rebocada... Remendamos, mas o gama resolveu comprar outro, segurança acima de tudo nessas viagens longas.

A segunda noite em Machado

Acabamos voltando ao Colinas Hotel, razoável e barato na praça, comemos na mesma pizzaria e conversando a mesma conversa de sempre Toyotas e viagens! Mais uma noite agradável em Machado. O Junior variou o cardápio, mas vegetarianos, eu e o Gama preferimos repetir a pizza. O hotel onde na noite anterior acordei as 5h com a conversa dos mineiros madrugadores fica numa das esquinas da praça principal de Machado. Ficamos sabendo que na sexta haveria show com Sérgio Reis, 14 BIS e outras atrações.

Ali estava sendo preparada a festa para o outro dia onde montavam um palco e, na noite anterior, os conversadores haviam acabado as 5 horas a pintura do meio-fio da praça e hoje haveriam mais obras... foram muitas marteladas, serra de meia em meia hora e cachorros latindo... Só eu ouvi, acho que trabalhei menos que os dois que devem ter desmaiado pois não ouviram nada.

No outro dia amanhecemos com um bom café no Hotel e fomos para a oficina onde estavam as duas Toyas. Batemos mais alguns papos numa nova conferência Toyoteiros e mecânicos de Toyota resolvendo... Se o eletricista topasse fazer o serviço para o mesmo dia esperaríamos para voltar em comboio com as duas Toyas, mas como não topou. O Gama vai vir buscar a Excalibur sozinho no próximo fim de semana. Então só nos restou pegar a estrada para a Ilha de Santa Catarina de volta. Trouxe só um queijo de Minas... rss

Uma das paradas para um café da volta, como na ida, noite muito frio nesses lugares!
A volta foi como a ida com uma hora a menos, fizemos em 17 horas viajando toda a noite e chegando em Floripa as 7:30 da manhã. O único stress pra variar foi comigo, pois precisava confirmar o horário de um compromisso na Ilha no outro dia, mas ainda em Minas o celular ficou sem bateria!


Acabei comprando um carregador veicular (o Gama perdeu o dele) carreguei o aparelho e no Rodoanel de Sampa consegui contato pra operar. Tudo confirmado, a viagem foi tranquila, noite aberta cafés nas paradas e o Saraiva mais uma vez repetiu seu recorde e não dividiu a boléia até a Ilha. Ainda paramos 15 minutos em Joinville e tiramos uma pestana os três só pra quebrar o ritmo e valeu para a chegada numa manhã espetacular vendo a ilha da BR 101 e a Baía Norte espelhada:


Depois o Gama voltou sozinho de ônibus até Machado, MG e trouxe a sua Excalibur com a elétrica provisória tranquilamente. Ele chegou na Ilha por volta das 2:30 de um domingo.


Parada em Atibaia na volta da Excalibur, que já está sendo tratada aqui na Ilha.