quinta-feira, 17 de julho de 2025

Campanha: Salvem as Toyas Viageiras!

 


 

Salvem as Toyas Viageiras - 2026



Em 2023 a Verdinha, minha Toyota 1977, estava parada aqui em casa à espera de recursos para a sua
mola traseira direita  quebrada, então em abril  o Gama sofreu um acidente com  a  Toyota 1987 dele, a Excalibur, (bateram por trás na Excalibur no anel viário em Sampa). O Gama é um amigo toyoteiro parceiro faz tempo, em 2006 nós dois levamos a Excalibur e a Verdinha pra dar a ‘’Volta Patagônica’’, foram 15 mil km de aventuras com essas viaturas perfeitas para isso. ( volta-patagonica-2006 )


Então trouxemos a Excalibur para a minha garagem e aí começamos a gincana que já dura dois anos: desmontamos ela inteira, ela era parte fibra e parte lata, o Gama trocou tudo por fibra, enquanto isso arrumamos os feixes de mola das duas viaturas e o Gama resolveu trocar o teto de fibra dele por um novo então eu aproveitei para trocar o teto de aço da Verdinha que estava com muita ferrugem, mas guardei porque é raro e um dia eu o recupero.



A Excalibur, 
O caixote que é o assoalho, a parede corta-fogo e a base dos curvões laterais já era de fibra e estava com partes quebradas em locais difíceis de trabalhar. Resolvemos tirar tudo de cima do chassis. 

 


A Verdinha começou tirando o tetomas me empolguei e tirei os curvões também para consertar com fibra de vidro umas ferrugens. Uma coisa puxa a outra, tirei as 3 portas e o quadro do parabrisa que estava podre, comprei uma bateria nova, então os recursos que já não existiam para este projeto ficaram bem escassos!

O cronograma para conseguir viajar em 2026 para comemorar os 20 anos da épica viagem da VOLTA PATAGÔNICA 2006 com poucos recursos é impraticável.

Por isso pedimos ajuda para terminar essa reforma da Verdinha  (porque a Excalibur já tá quase prontinha)  em troca de três  belos Livros de aventuras ilustrados!  ( E-Books )

Adquirindo qualquer um dos E-Books (ou todos) pela campanha de crowdfounding da plataforma KIKANTE você recebe um link e uma senha para acessar cada livro.






A Verdinha e a Excalibur on the road again!

As Toyotas Landcruisers brasileiras são chamadas de Bandeirante, uma Joint Venture entre japoneses e alemães que só existe no Brasil e deu ao lendário modelo BJ40 da Toyota mundial um motor de caminhão leve da Mercedes Benz, o OM 314 diesel

Esse casamento criou um carro espetacular o Toyota Bandeirante, que desbravou o Brasil, foi usado em lavouras, transporte de pessoas e cargas, companhias de eletrificação, exército, marinha e aéronautica e em todos os serviços brutos em que um 4x4 de construção sólida é requisitado.

Verdinha, minha Bandeirante curta 1977 e a Excalibur, Band curta 1987 do fotógrafo Renato Gama, preservadas e funcionais por mais de quatro décadas são um elogio e uma homenagem às montanhas das quais o aço dessas viaturas foi extraído.

As duas viaturas esperando a balsa para cruzar o Estreito de Magahães. 2006


Faz vinte anos que elas rodaram juntas por mais de 15 mil quilômetros de estradas austrais dando a VOLTA PATAGÔNICA 2006 deixando para os felizes pilotos um gostinho de "quero mais"...

Esta campanha é para ajudar a manter este propósito de pé: essas viaturas já nos levaram por quilômetros de expedições proporcionando milhares de fotografias e muitos relatos, exposições e palestras.

Incluindo a criação de um nome para essa aventura de viajar com carros antigos que chamamos: OLDLANDER.





 A Campanha em 2025

https://www.kickante.com.br/l/salvemastoyasviageiras2026

Com a venda dos livros vamos aplicar os recursos em materiais e ferramentas de acabamento, lixação, pintura, polimento e também parte elétrica, fluídos e óleos, e também algumas revisões na mecânica como o sitema de freios a ar que precisa de uma revisão, revisar o turbo, que tem a mesma idade dos freios, e ainda: Pneus, geometria e balanceamento, Isolamento e forração interna para frio, sistema de limpador de para-brisa (e o parabrisa que quebrou na desmontagem).



Hoje a reforma do Gama andou mais rápido e ele já está nos acabamentos das portas, já a Verdinha tive que parar para tocar um outro projeto e outros problemas, então eu parei na parte dos reparos com fibra-de-vidro na carroceria por uns meses, agora estou remendando o antigo teto de fibra do Gama para colocar na Verdinha e preciso começar a parte de acabamento e pintura, depois vem elétrica, forração preparada para frio.

 Mas é claro que se as vendas dos 3 E-Books forem muito, muito boas mesmo, vamos investir TUDO na preparação do carro para uma viagem longa (um novo roteiro já está sendo estudado) fazendo todas melhorias que pudermos para uma viagem tranquila e segura. Porque uma viagem começa primeiro na nossa mente, a gente tem que planejar e se preparar para o que vai enfrentar no trajeto, clima, altitude, terreno, etc. tudo tem que ser considerado.


Os 3 livros hoje exclusivamente em meio digital (E-Books)






Dependendo do sucesso da campanha Salvem as Toyas Viageiras, podemos até pensar em editar os E-books como livros físicos (o que é muito caro) para uma futura venda em prol da nossa expedição comemorativa em 2026. (quem adquirir os E-books terá um belo desconto caso futuramente conseguirmos editar os livros em papel )

Nossa empreitada também aceitará contribuições voluntárias via PIX (a combinar) de qualquer valor, e prometemos, como sempre, gerar um belo conteúdo cobrindo o percurso da nova expedição de 2026 como as cinco viagens de 1993, 2005, 2006, 2007 e 2008 nos 3 E-Books desta campanha.

 Os Oldlanders

Neno Brazil piloto e preparador da Verdinha, Toyota Bandeirante 1977com a qual já percorreu mais de 30 mil km do cone sul da America do Sul. O Norte do Chile e Argentina cruzou com uma Hilux SW1994, Florianópolis - Aconcágua - P.los Libertadores - Atacama -P. de Jama - Chaco - Florianópolis.

Renato Gama piloto e preparador da Excalibur, Toyota Bandeirante 1987 e com ela já fez diversas travessias e expedições, incluindo a VOLTA PATAGÔNICA 2006, Norte do Chile, Bolívia, e no Peru de onde retornou para o Brasil pelo Acre até Santa Catarina.



terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Uma das aventuras patagônicas da Verdinha 1977

 

Volta com alta quilometragem 

E meu recorde pessoal de quilômetros em um mesmo dia: 1500 Km

Texto e fotos Neno Brazil

Em 2006 estávamos quase completando a Volta Patagônica, (aqui) saindo do Chile pelo Paso Futaleufu em direção a Bariloche quando o Gama, meu parceiro nessa trip com a sua Toya 1987, disse que ao chegar em Bariloche ele queria ir direto pra casa...

Paso Futaleufu um lugar que eu ainda quero voltar.






Eu, que ainda tinha alguns dias de folga e queria ir novamente ao Chile na região de Pucón, Talvez subir o Villarica novamente (Aqui) , ou voltar ao Futaleufu, não concordei.
Pela primeira vez na viagem não chegamos a um acordo, eu queria elaborar mais um pouco a volta conhecendo umas partes da Argentina e/ou do Chile que eu não tinha passado ainda e a volta direta que o Gama queria fazer era praticamente a rota que eu fiz para ir e vir do Chile em 1992 na minha primeira viagem.

Mas o Gama insistiu, precisava voltar devido a um compromisso de trabalho, conheço meu amigo é um profissional exemplar e devia ser séria essa pauta, mas eu não tinha motivo para sair correndo de volta pra casa, conversamos durante o almoço em El Bolsón e definimos a situação: Eu tinha muito mais quilometragem de Argentina do que o Gama e ele estava apreensivo em cruzar o país sozinho, mas ele é acostumado a viagens longas dentro do Brasil. Falei a rota para Fray Bentos, que eu conhecia em parte de 1992 e também de 2005, e nós calculamos a distância, diesel, horas, e estimamos que ele chegaria em Floripa em três  dias.

Bariloche chegando do sul



Despedida em Bariloche

Fomos juntos ainda até Bariloche, onde nos despedimos, abri o mapa em cima do capô da Verdinha na entrada da cidade vindo do sur, tiramos as últimas dúvidas e dividi uns pesos que eu tinha a mais com ele para ele poder ir direto e não ter que parar ou entrar em cidades para câmbio etc..., logística e parceria da Volta Patagônica. Ele veio direto sem entrar em cidades, parando, comendo e dormindo nas Estaciones de Servicio YPF, praticamente  Jipe-Home, e chegou a tempo para o compromisso, fiquei sabendo dias depois.

Bariloche vista do outro lado do Lago Nahuel Uhapi

Mas me vi sozinho na Patagônia, acabava ali a viagem de “dos coches, dos personas”, que espantava tanto os argentinos nas fronteiras ou campings, tudo  tranquilo, mas de imediato eu tinha que mudar alguns hábitos adquiridos em mais de oito mil km até então. Um era a comunicação constante, o rádio ficou silencioso, o outro hábito era o combustível, sempre que o jipe do Gama, a Excalibur, chegava em meio tanque ele avisava pelo rádio e eu parava no próximo posto que aparecesse. No final a média era quase 10 Km por Litro.



Nos trechos anteriores no rípio, uma vez na Ruta 40-AR e outra na Carretera Austral-CH, tive um pneu furado e, não lembro o detalhe, mas nas duas vezes eu precisei usar o macaco do Gama junto do meu para poder efetuar a troca. Então, pensando em autonomia, saí por Bariloche para comprar um “Macaco” 5 ton , encontrei uma loja de ferramentas e fui ao balcão com meu Portunhol avançado 5 (aprendido em cinco viagens): Necessito de um “macaco”! O atendente espantado sorriu e deu de ombros, Quê? macaco!? Aí apelei para mímica, apontei para o Toyota, falei em “cambiar las gomas” que aprendi furando uns pneus alguns quilômetros antes rss..

E o cara deu um sorriso e exclamou : Ah!.. um Gato! Usted necessita de um Gato! Mais uma pro meu dicionário de viagem, aquela ferramenta que levanta os carros para trocar pneus na Argentina chama-se: Gato! Então comprei o tal macaco por “Gato”, só que 3 Ton, e fui relaxar em Bariloche, primeiro achar um hotel pra tirar a poeira da Patagonia, depois ir num Pub Irlandês tomar uma Guinnes.

 

Suite Designs Hotel em 2005
Mudança de planos

Quando eu estava na frente do Suite Designs Hotel  pensando em me hospedar ali, onde eu havia ficado com a Chi no ano anterior e gostei do Hotel, o telefone tocou para minha surpresa, a telefonia patagônica era precária naquela época. Era meu sobrinho Antônio, achei que era trabalho, disse brincando que ainda estava de férias em Bariloche e ele enrolou , eu perguntei o que era, ele disse: O vô está no SOS Cardio!

Depois de uma boa conversa sobre a gravidade da situação cardíaca de meu pai que estava então com 86 anos, resolvi me hospedar ali mesmo para poupar tempo, desestressar do rípio e da poeira patagônica e sair no outro dia de manhã cedinho para voltar direto também, agora pelo asfalto, devia ter ido com o Gama? Fiquei pensando.

Placa com dinosauro atração de Neuquén

Eu estava sem o carregador do celular, era um modelinho flip que durava bastante a bateria, mas desde o Chile perdi de vista o carregador provavelmente deixado pendurado numa tomada antes do Futaleufu, agora só ligava o aparelho nas cidades para ver se tinha rede. No dia seguinte comecei minha corrida para chegar na Ilha, primeiro trecho Bariloche, Neuquén, até parar pra dormir em Villa Regina 527 KM foi o que deu pra fazer. Em Villa Regina tentei contato via celular e nada, e a bateria nos últimos risquinhos...

Pra esquecer um pouco fui dar uma volta no longo fim de tarde local, era uma cidade bem pequena, típica dos pampas e estepe argentinas, mas na beira da estrada um grande posto de combustíveis era a parada de diversos caminhões, acabei tomando um chimarrão com um caminhoneiro de Concórdia SC, meu estado, na conversa falei que estava indo pra Buenos Aires querendo chegar na Ilha logo que possível. Eu pensava em ir por Baia Blanca a 444 km e depois mais 636 km até Buenos Aires estava decidindo onde parar para chegar cedo na Capital para tentar pegar um Buquebus.



Mas entre um chimarrão e outro o caminhoneiro de Concórdia, desculpe mas esqueci o nome, me deu uma dica preciosa, fiquei grato pois me economizou um dia ou  uns 400 Km, ele disse: a uns 50km daqui, vais ver uma estrada a tua mão direita, é um trevo feio e a estrada é pior ainda, mas dá pra trafegar, eu mesmo puxo maçãs aqui de Neuquén faz uns 15 anos e passo sempre por ali, chega em Buenos Aires, ou no caminho para Fray Bentos UR, bem mais rápido. Hoje, olhei no Google, a estrada está um tapete, mas naquela época, 2006, estava bem ruinzinha, se ele não tivesse me dito para entrar ali eu nunca entraria, ainda bem que fui cedinho e o pior trecho pequei todo pela manhã, Toquei direto.


A linha vermelha é a volta desde Bariloche até em casa, 15mil km, a linha tracejada foi o trecho economizado.


Villa Regina Buenos Aires 978Km

Segui pela precária Ruta 232, passei por Gobernador Duval, onde cruzei o Rio Colorado e subi até a estrada virar Ruta 152, um pouco melhor o piso conforme havia dito o parceiro de estrada, o caminhoneiro. Passei uns quilômetros de General Acha, como não achei nada, então peguei o rumo norte na Ruta 35 para Santa Rosa onde tentei comer um sanduiche sem carne... Não havia.. rss  Até Santa Rosa já tinha rodado 398 Km e queria chegar em Buenos Aires e completar 978Km pois já estava sem celular desde um pouco depois de Villa Regina.

Mário cuidando da Toya em 2005

Resolvi tocar, mas tinha um problema nessa toada eu iria chegar em Buenos Aires a noite e eu estava com um dos Faróis Cilibim (Selead Beam) queimado, o Mário mecânico em Esquel disse que eu só encontraria fárois deste tipo em Buenos Aires, então como entrar na cidade sem correr o risco de ser parado pela simpática Policia Caminera Argentina? Um pouco depois da cidadezinha de Azul parei ao lado da estrada num gramado e retirei os dois faróis de milha que eu havia colocado em cima, na frente do bagageiro da Toya, eles estavam estrategicamente desligados o fio enrolado para dentro da cabine caso a polícia chiasse eu diria: são só para ligar nos desertos patagônicos.
A Verdinha na volta com os farois de milha na grade.

Fixei os faróis de milha na grade abaixo dos faróis originais e puxei o fio, que alcançou a grade por milímetros, liguei os faróis auxiliares e já podia entrar na capital federal argentina. Entrei em Buenos Aires tarde para os meus padrões, devia ser umas 9:30h e confundido pela noite na autopista peguei uma saída muito antes do centro onde eu já me localizava bem.

Rodei pelos bairros, meu GPS Garmim na época era muito limitado, mas dava a direção do centro, eu acreditava.. Rodei até que numa sinaleira pedi informação para o carro do lado, donde está el obelisco de la Plaza de Maio? ele tentou me explicar pela janela, mas o sinal abriu  ele fez um sinal: siga-me. Fui meio incrédulo com a hospitalidade portenha, mas chegamos a uma Rua e ele estacionou e veio falar comigo, perguntou de onde eu era,etc.., resumi minha viagem desde Villa Regina ele se espantou e me apontou o obelisco, Gracias hermano já devia ser umas 10:30h.

O bom e velho Café Tortonni

Estacionei em frente ao hotel de sempre o Hispano Hotel, na Avenida de Mayo, ainda na recepção logo depois de me registrar pedi um telefone para ligar para o Brasil, Liguei pra minha irmã Valéria, naquele tempo a gente sabia de cabeça os números de muitas pessoas queridas, ela me tranquilizou e disse que o pai já estava em casa com ela, medicado e aparentemente bem disposto. Foi um alívio, estacionei a Toya na garagem em frente, depois tomei um banhão e desci, pois ao lado do Hotel fica o histórico Café Tortonni, arquitetura igual desde 1858, e onde eu já sabia o que pedir: Tostados de queso com pan negro y um delicioso chopp escuro, clássico como a Toyota, tomei dois e dormi como un angel...

1500 Km direto até a Ilha de Santa Catarina

Colônia del Sacramento

Na manhã seguinte começou a novela para atravessar o Rio da Prata era fim de semana e não havia muitos barcos com vagas para o Jipe e somente para Colônia por causa da altura do carro. Tive que ir só no outro dia , Domingo, a noite, cheguei em Colônia del Sacramento  no Uruguai, mas  tão tarde que preferi dormir num hotel e pedir que me acordassem as 6:30h com café na mesa e conta fechada porque eu queria sair as sete da manhã de segunda feira, mañana temprano me voy..

Acordei agora com contato telefônico, comprei um carregador em Buenos Aires,e com o recado do pai: Vem devagar!..  Atravessei o Uruguai dessa vez direto e quase sem fotos, a viagem foi boa estrada liberada e eu ligado no carro que respondia muito bem, só parava pra abastecer de combustível, um lanche um café e on the road again

Forte de Santa Tereza no Uruguay - foto 2008



Achei que dormiria em Porto alegre como sempre no Restaurante do Manolo, mas cheguei na ponte sobre o Guaíba as 20:00h e pensei: Preciso chegar, estou a um mês e pouco fora de casa e a minha cama está só a 6 horas de viagem, tomei a decisão de prosseguir, afinal a viagem tinha sido ótima até aquela hora a Toya vinha perfeita só pedia diesel e rodava maravilhosamente, até chegar em Osório RS onde ameaçou chuva o que podia mudar o astral da estrada. E choveu pacas nesse último trecho, a Toyota veio empurrando alguns motoristas com "excesso de cautela" nos desvios bem sinalizados da duplicação da BR 101.

A Toyota veio bem, mas eu com a duplicação da BR 101 com chuva até Palhoça, já perto de casa só venci com muito café e uns Red Bull pelo caminho. Só sei que no total esse último trecho desde Colônia del Sacramento foi de 1500 Km até a minha casa no Cacupé Ilha de Santa Catarina, cheguei na ponte buzinando a 1:30h passadas. No outro dia as 7:30h já estava tomando café com o pai e trocando umas ideias sobre a viagem.

Ponto alto da Volta Patagônica em 2006 - USHUAIA
aqui



domingo, 2 de janeiro de 2022

( Não Vendi quando precisava e graças à Deus não vou vender mais!! 2023) Resolução de Ano Novo : Minha Verdinha 1977... está a venda!!

 

Interior do Uruguai 2005 indo para a travessia do Rio da Prata, averdinha recém reformada,novinha.








R$ 55.000,00 (não baixo) carro para quem sempre sonhou em “preparar” uma Toyota para viajar longas distâncias, o pacote de atributos mecânicos desse carro já foi testado até na Carretera Austral, Chile e na Ruta 40, Argentina.

Carretera Austral Chilena em 2006 na Volta Patagônica de 15 mil km.









(Para que entende de Toyota, por favor não vou aceitar propostas nem trocas, não insista somente R$ 55.000,00 a vista, não vamos perder tempo um do outro.)

A aparência do carro quando eu comprei 2003.

Jipe curto 1977 (carro de aparência quase original, mas construído para viagens longas 5 marchas)

Sou 4 ° dono (nunca fez trilha - carro foi de um padre e dois fotógrafos antes de mim, só trabalho leve e viagens – USHUAIA 2 vezes, uma comigo)

O motor OM 314 - 1977 já foi feito em 2004 (dura mais 20 anos no mínimo, bem tratado muito mais)

A reforma do carro 2003 - 04


Bomba injetora original BOSCH revisada recentemente, nunca deu problema.

A lata foi feita em 2002-2003, na época o carro foi desmontado e montado com parafusos de aço inox ficou lindo  (hoje já mostra as partes onde não capricharam, afinal vivo numa ilha)

4 bancos de marea (o do motorista precisa reparos) Os cintos são de Marea também.

Volante original forrado de couro.

Fundo do caixote forrado de manta asfáltica

Proteção de estribo Beppo - estribos de alumínio feito de chapa de piso de ônibus

Suporte de estepe e galão (com galão) apoiado no chassis.

Pneus do estepe 0km, os quatros rodando meia-vida.

5 Aros Mangells 16”, Vidros laterais e traseiro com película verde claro (2005).

Antillanca, 360º na cratera do Vulcão - Chile 2005 recem reformado.



Outras Melhorias mecânicas:

Foto ilustrativa da caixa
Caixa de câmbio 5 marchas, tração, cardãns e eixos da Toyota Pickup ano 2000 (adaptação muito bem feita em 2004-5, testada em mais de 20 mil km de estradas patagônicas sem problemas )

Disco e plateau moderno 2000  Capa-seca e caixilho da Toyota original 1994 (para 5 marchas)

Turbo com escape totalmente dimensionado feito em 2005 – fez 10 km/L na Patagônia.

Coletor original Toyota para receber o Turbo.

Radiador novo trocado em 2019 - Sempre completado com agua mineral.

Tanque de combustível plástico da Metalugica CLA com bocal de alumínio de 80 litros instalado desde 2007 no local do estepe original em baixo do assoalho traseiro (com chapa protetora de aço).

Estrutura em baixo do assoalho do carona para uma bateria extra de caminhão (se for usar) hoje está com uma bateria só, mas de partida rápida na caixa original em baixo do banco do motorista.

Piso e alavancas originais do modelo 5 marchas

Freio de mão original  acionado no cardãn traseiro instalado (precisa lonas novas e regulagem - ou substituir o sistema de lonas por um de freio a disco no cardã mais atual)

Freio a disco na dianteira e tambor na traseira

Freios são hidráulicos. mas acionados a AR (buzina de caminhão a AR e pistola de AR na cabine)

Reservatório de AR de 7 libras para o freio embaixo do assoalho (o sistema funciona sem falhas desde 2005, mas hoje precisa manutenção par viajar).

Duas cuícas de caminhão para o acionamentos dos freios, uma para cada eixo.

Eixos flutuantes de pick-up  no diferencial traseiro (não cai a roda nem se quebrar)

Lago General Carrera visto da Carretera Austra - Chile 2006



Esse carro foi construído por mim, de uma Toyota Bandeirante 1977 jipe curto com teto de aço cuja lataria original foi toda desmontada e feita, remontada com parafusos de aço e borrachas novas em 2003-04, depois fiz forração bege, 4 bancos de Marea forrados de courino marrom.


Ficou linda pintada de Verde primavera e tetos máscara dos faróis de Branco Kilimanjaro, cores originais da linha Toyota. 

Mas era uma mecânica original de 1977, muito boa , firme, nunca foi um carro de trabalhos pesados: foi da paróquia de Blumenau, de um fotógrafo que foi até USHUAIA, outro fotógrafo que só andava aqui na Ilha ou estradas da serra catarinense até eu comprar.

Saindo pra viajar recém-reformada em 2005.

Eu queria ir até USHUAIA com ela, mas já tinha atravessado a Argentina com outra 1977 em 1992 e a experiência  me dizia que umas melhorias mecânicas como instalar um  Turbo e trocar o câmbio de 4 para 5 marchas cairia bem, fui atrás disso então em desmanches e ferro-velhos.

Acho que dei sorte pois encontrei a Caixa 5 marchas com os cardãns e eixos modernos de uma Pick-up Toyota Bandeirante 2000, no pacote ainda vieram freios a disco nas rodas dianteiras e ponta-de-eixo flutuante para modernizar a verdinha.

Tudo feito bem planejado com muito cuidado e paquímetro (post aqui), mas para resumir fui duas vezes a Patagônia após a adaptação, uma delas até USHUAIA com 20 mil km  aproximadamente nas duas viagens. Só tive problemas normais nessas aventuras: pneus furados e alguns parafusos caindo (Toyota + estrada de chão), no mais só colocar diesel e trocar óleo na quilometragem adequada. Uma Toya 1977 corpinho 2000...

Volta Patagônica 2006, Glaciar Perito Moreno.


Ficou bem mais confortável e segura de dirigir longas distâncias porque também foi colocado uma Turbina original Toyota com o escapamento todo novo dimensionado para o volume do Turbo que junto com o sistema 5 marchas novo fez o carro andar bem mais. Para parar a Toyota agora, bem mais rápida, foi instalado um sistema de freios a AR de caminhão com duas cuícas novas, uma para cada eixo, que respondem bem rápido e sem nenhum esforço do motorista beliscou o freio parou. Também para melhorar a rodagem troquei os aros originais por aros Mangells levemente mais largos do que o original.         


Não viajo com este carro desde 2007 quando fui só até o Uruguai, neste tempo ele praticamente só rodou na Ilha de Santa Catarina e arredores e mesmo assim muito pouco, tive outros carros. Mas a Ilha cobrou seu preço da lataria do meu jipe amado, e no momento a fase não é boa para eu recupera-lo e deixa-lo bonito de novo. A mecânica, só pede a devida manutenção, troca de fluídos, filtros, regulagens e troca de pastilhas e lonas de freio que confesso não tenho sido bem sucedido nisso. Mas se for feito essa manutenção ela vai assim mesmo até USHUAIA sem problemas.

Este vídeo foi feito semana passada e mostra ela rodando na SC 401 em velocidade


Fotos atuais 2/01/2022





Então estou procurando um novo dono para a verdinha (que hoje esta um pouco RatRod), se você leu até aqui é porque gosta do assunto e sabe do que estou falando, peço R$ 55.00,00 por um carro que se estivesse com a lata feita e manutenção em dia estaria valendo perto de cem mil. Então não aceito trocas ou propostas, somente R$ 55 mil a vista que me fazem assinar o recibo do documento dessa jóia (hoje sem polimento).

Há!..  e paga apenas 130 reais por ano de documento para rodar, ser antigo tem suas vantagens....

Se você quer a verdinha e tem R$ 55.000,00 me ligue

(48) 999609585 ou acesse por email nenobrazil@gmail.com 

insisto: SEM trocas e SEM propostas, apenas o valor pedido, grato. 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

AS TOYAS DA MINHA VIDA

 

Cromo da primeira viagem: Caracoles 2200msnm.


Em 1991, consegui realizar meu sonho, troquei minha Caravan 1980 por uma Toyota Bandeirante longa 1977 em Curitiba. Desde meus 14, 15 anos que eu queria esse carro, mas aos quase 30 anos, nunca tinha dirigido uma, descer a serra de volta pra Floripa foi a primeira aventura. Na época não entendia tanto de mecânica sei que era 4 marchas, mas não recordo perfeitamente qual era a caixa daquela Bandeirante, porque dirigi uma pick-up 1978  ”caixa-seca” na BR 282 descendo a serra recentemente e achei mais difícil. Aquela 1977 que trouxe de Curitiba era mais soltinha, mas também não passava de noventa se não tivesse um vento a favor...


Ruta 8 indo para Mendoza em 1992.

Botei ela a prova realizando outro sonho: cruzar a Argentina até o Chile em1992 cruzando a Cordilheira dos Andes na altura do Aconcágua e chegar ao Pacífico, atravessei os pampas pensando em um dia ter uma Toyota 5 marchas, pois naquelas retas imensas a caixa original da Toyota 1977 é muito limitada.

Muitas estradas depois  acabei me desfazendo da Toyota longa 1977 por causas alheias ao meu amor por este projeto e carro. Vida mudou, me mudei para o Cacupé, acabei tendo outra Caravan agora 1988, bonitona, lanternas novas, aros de Ômega com pneus novos e em 2003 fui passear na Lagoa da Conceição com a namorada e lá havia uma Toyota Verde-folha no posto de gasolina na entrada do bairro, fiz o balão e fui conferir. Falei com o frentista que me informou que era do dono do posto e estava vendendo, ofereci a Caravan e acabou dando negócio: troquei outra Caravan por uma Toyota bandeirante, essa agora curtinha, mas para minha surpresa também 1977.

Primeira banda com a verdinha.

Essa Toya desmontei inteira, reconstruí e pintei de Verde Primavera original da Toyota com o teto e a máscara dos faróis Branco Kilimanjaro também original da Toyota. Mas com a intenção de voltar a Argentina, desta vez para o sul, se possível até Ushuaia, investi também na mecânica no intuito de viajar melhor, e tirar maior proveito do Motor Mercedes original da Bandeirante.

Mas dá medo até montar de novo.
Resumindo além de restaurara a carroceria consegui de uma pick-up 2000 batida a caixa de 5 marchas e todo o conjunto de eixos e cardãs da mesma caixa, comprei e comecei minha pós-graduação em Toyotas bandeirantes na base do paquímetro. A caixa original da Toyota 1977 é metade do tamanho da caixa de 5 marchas da moderna. A caixa original fica praticamente “pendurada” no Bloca do motorzão MB314 e a moderna tem um suporte em baixo em uma travessa no chassi.


Compare as caixas...


A adaptação se resume em: retirar os suportes posteriores do motor Mercedes, trocar a capa-seca original/4marchas por uma 1994 (ano que saiu a Toyota 5 marchas), fazer uma travessa reforçada no chassi para apoiar o suporte da caixa original 2000, além disso foi encurtado o cardã traseiro porque era de uma pick-up e o entre eixo do jipe-curto é bem menor. Troquei jumelos, buchas de nylon e molas também nessa reforma

Para as duas viagens que fiz até a Patagônia em 2005 e 2006 ainda coloquei um Turbo original Toyota e dimensionei um novo sistema de escape 2’1/2  para auxiliar o motor, agora com 5 marchas, e como ela agora andava bem mais do que os 90 Km da caixa original, coloquei uns aros Mangells 16” com uns Pneus mais larguinhos do que os originais e um sistema de freios de caminhão a ar com duas cuícas, uma para cada eixo porque assim a Toyota freia mesmo! (para isso comprei um kit do quinto cilindro e tive que tirar o virabrequim para furar no torno)

Em Antillanca Chile em 2005.


Essa modernização foi completa porque no “pacote” dos eixos vieram freio a disco nas rodas dianteiras e ponta-de-eixo flutuante do modelo Pick-up 2000 , completando as melhorias mecânicas, além disso o  interior foi forrado, e onde substitui os bancos Procar que vieram no jipe por 4 bancos de Fiat Marea, ficou muito mais confortável para viagens longas. (em 2006 dormia no carro, que é forrado com manta asfáltica no assoalho)

A chegada em USHUAIA em fevereiro de 2006, 6 graus negativos...

O melhor de tudo foi que pus a prova o sistema mecânico que adaptei viajando, da segunda vez, 15 mil km de patagônia e tive apenas pneus furados e alguns parafusos frouxos ou que caíram na viagem, vivendo e aprendendo. Dirigi por lá em estradas de asfalto excelente ou concreto, mas também por muito rípio (pedras) durante pouco mais de um mês e o carro foi muito bem em todas as estradas.

2005 cruzando o Uruguai rumo sul: Nosso Norte é o Sul!..

Esse tá preparado para viajar.